São indiscutíveis as facilidades que a era digital trouxe pra nossa vida. Hoje vamos a bancos, fazemos compras, colocamos a fofoca em dia, tudo isso sem deixar a comodidade da nossa cama. A comunicação foi sem dúvida o quesito que foi mais afetado pela modernidade. Mandamos emails, mensagens em redes sociais, twittamos, e tudo isso em tempo real, com resposta instantâneas, vapt-vupt.
E hoje fiquei me perguntando, o que aconteceu com as cartas?
De primeira você pensa “por que algum ser nesse planeta mandaria uma carta nos dias de hoje?”, afinal de contas não é um meio de comunicação prático e nem é rapido. A inclusão digital disponibilizou acesso a internet a praticamente qualquer um. Qualquer pessoa pode ter uma conta de email, um perfil numa rede social, é bem mais fácil. E aí eu te pergunto: mas cadê o charme da coisa?
O papel se tornou um ítem obsoleto. Anotamos tudo o que precisamos no computador, no celular, no ipad. O carteiro só me deixa conta pra pagar aqui em casa, e se não deixasse não teria problema também, eu poderia acessar tudo online. Gosto de pensar que por esse motivo muitas árvores deixaram de ser cortadas, mas acho que dessa forma perdemos um pouco do encanto dos tempos de bilhetinhos e correspondência física. Eu sou fã de papel, desse hábito não me livrei.
Vou confessar gente, eu quando namoro pareço que tenho 15 anos. Eu escrevo mesmo, em papel de carta – ainda possuo a coleção que comecei quando tinha uns 7 anos de idade – e adoro isso. Lá está a minha letra, é uma forma muito mais pessoal de se comunicar. Sou daquelas que deixa um bilhetinho com um simples “te amo” no bolso da jaqueta da pessoa. Colo post its na mesa dos meus amigos do trabalho com recadinhos fofos. Eu sou old school, não abro mão da velha caneta e bloquinho de notas. Como toda boa escritora, ando com caderninho na bolsa pra quando a inspiração vem sem avisar. E tenho muito mais facilidade em escrever em papel do que no notebook, não sei explicar o porquê.
Quando eu era criança, me mudei muito de cidade. E naquele tempo eu não tinha computador em casa, e a internet nem era uma realidade. Quando me mudei de Piracicaba pra Bauru eu tinha uns 6 anos e estava na primeira série. Passei pra minha professora o meu novo endereço e assim nos comunicamos por algum tempo. Ela me mandava cartas perguntando sobre as novidades, num envelope cheio de desenhos que meus colegas de classe tinham feito pra mim, e minha mãe me ajudava a responder. Não durou muito, perdemos o contato, mas acho que foi nessa época que me interessei pela escrita.
Hoje fuçando numas papeladas aqui em casa, achei muitas coisas que não via a muito tempo. Minha mãe adora guardar papel, ela guarda cada cartinha que eu e meu irmão fizemos de dia das mães ou dia dos pais, cada lembrança da nossa infância. E no meio de tudo isso, havia vários bilhetinhos e cartinhas que meu pai tinha escrito pra ela e vice-versa. Não li nem nada, mas achei coisa em sí fofa. E percebi que uma das mais recentes foi escrita no computador. Sim, até meus pais se renderam as facilidades digitais, é inevitável. É só digitar e mandar imprimir, não tem erro.
Carta pelo correio acho que só mandei uma esse ano. Na verdade nem foi bem uma carta. Eu mandei um presente de aniversário pra um amigo que mora longe pelo Sedex, e junto com o presente não disperdicei a oportunidade de escrever uma cartinha de próprio punho e mandar junto com o presente. Ele adorou o presente, e adorou a carta também. É lógico, a correspondência demorou 2 semanas pra chegar até ele, mas quando chega é aquela surpresa tão gostosa...
Então, através deste post, eu venho pedir: resgatem as cartas!
É um meio de comunicação tão charmoso, tão legal de receber. Não quer mandar carta pelo correio? Deixa um bilhetinho de bom dia pra sua mãe em cima da mesa da sala, recadinho no espelho pra namorada, botem a criatividade pra funcionar! Usar o computador pra escrever é super prático e legal, mas não deixem que suas mãos se esqueçam de como é pegar uma caneta.
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